sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Carta ao Prefeito - Rubem Braga

Carta ao Prefeito

sexta-feira, 5 de junho de 2009.

Senhor Prefeito do Distrito Federal


Eu sou um desses estranhos animais que têm por habitat o Rio de Janeiro; ouvi-me, pois, com o devido respeito. Sou um monstro de resistência e um técnico em sobrevivência - pois o carioca é, antes de tudo, um forte. Se às vezes saio do Rio por algum tempo para descansar de seus perigos e desconfortos (certa vez inventei até ser correspondente de guerra, para ter um pouco de paz) a verdade é que sempre volto.

Acostumei-me, assim, a viver perigosamente. Não sou covarde como esses equilibristas estrangeiros que passeiam sobre fios entre os edifícios. Vejo-os lá em cima, longe, dos ônibus e lotações, atravessando a rua pelos ares e murmuro: eu quero ver é no chão.
Também não sou assustado como esse senhor deputado Tenório Cavalcanti, que mora em Caxias e vive armado; moro bem no paralelo 38, entre Ipanema e Copacabana, e às vezes, nas caladas da noite, percorro desarmado várias boates desta zona e permaneço horas dentro da penumbra entre cadeiras que esvoaçam e garrafas que se partem docemente na cabeça dos fiéis em torno. E estou vivo.
Ainda hoje tenho coragem bastante para tomar um ônibus ou mesmo um lotação e ir dentro dele até o centro da cidade. Vivo assim, dia a dia, noite a noite, isto que os historiadores do futuro, estupefatos, chamarão a Batalha do Rio de Janeiro. Já fiz mesmo várias viagens na Central. Eu sou um bravo, senhor.
Sei também que não me resta nenhum direito terreno; respiro o ar dos escapamentos abertos e me banho até no Leblon, considerado um dos mais lindos esgotos do mundo; aspiro o perfume da curva do Mourisco e a brisa da Lagoa e -sobrevivo. E compreendo que, embora vós administreis à maneira suíça, nós continuaremos a viver à maneira carioca.
Eu é que não me queixo; já me aconteceu escapar de morrer dentro de um táxi em uma tarde de inundação e ter o consolo de, chegando em casa, encontrar a torneira perfeitamente seca.
Prometestes, senhor, acabar em 30 dias com as inundações no Rio de Janeiro; todo o povo é testemunha desta promessa e de seu cumprimento: é que atacaste, senhor, o mal pela raiz, que são as chuvas. Parou de chover, medida excelente e digna de encômios.
Mas não é para dizer isso que vos escrevo. É para agradecer a providência que vossa administração tomou nestas últimas quatro noites, instalando uma esplêndida lua cheia em Copacabana. Não sei se a fizestes adquirir na Suíça para nosso uso permanente, ou se é nacional. Talvez só possamos obter uma lua cheia definitiva reformando a Constituição e libertando Vargas.
Mas a verdade é que o luar sobre as ondas me consolou o peito. E eu andava muito precisado.

Obrigado, Senhor.

Rubem Braga - Rio, junho de 1951

Encômios – elogios – louvores

1) A partir de pistas presentes no texto, como é possível escrever o ambiente em que o personagem vive; rural ou urbano? Como você pode perceber?



  1. A partir da leitura do texto, podemos afirmar que a crônica foi escrita com a estrutura de uma carta? Justifique sua resposta.



  1. No texto, a personagem manifesta alguns sentimentos com relação ao local em que vive. Quais são esses sentimentos?



  1. No final do texto o autor diz; “ Prometestes, senhor, acabar em 30 dias com as inundações no Rio de Janeiro; todo o povo é testemunha desta promessa e de seu cumprimento: é que atacaste, senhor, o mal pela raiz, que são as chuvas Parou de chover, medida excelente e digna de encômios.” De fato, o autor quer elogiar o prefeito? Justifique a resposta.





  1. A partir das respostas anteriores qual é a ideia principal do texto?

  1. Essa crônica foi escrita em 1951. Os problemas apresentados no crônica existem hoje em dia?Oque você acha dessa situação?



  1. Escreva uma carta a um amigo(a) contando sobre os problemas de sua cidade.



RESPOSTAS



  1. O personagem vive em um ambiente urbano. Ele menciona que vive no Rio de Janeiro, toma ônibus, pega lotação, etc.

  1. Sim, apesar de ser uma crônica, o autor produziu com a estrutura de uma carta, apresentando a saudação inicial, o corpo do texto e a despedida.



  1. A personagem parece triste com a realidade da cidade ( enchente, falta de água, violência, etc.)mas ao mesmo tempo, admira suas belezas, como o luar que pousa sobre as águas.



  1. Não, o autor não que eleogiar o prefeito, parece que ele está brincando.

  1. Fazer uma crítica em relaçao a atuação do prefeito.

  1. Sim, os problemas como enchente e violência são muitos comuns hoje em dia ( RESPOSTA PESSOAL)

  1. RESPOSTA PESSOAL

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O cachorro engraçadinho - Cecília Meirelles

O cachorro engraçadinho

Cecília Meirelles


Há coisa mais triste que um menino sem irmãos nem companheiros,

fechado num apartamento ? Foi por isso que a família resolveu arranjar um

cachorrinho para brincar com o filho único. Os brinquedos, afinal, são

máquinas e acabam por enfastiar; o cachorrinho é um brinquedo vivo, quase

humano, o melhor amigo do homem etc. E veio o cachorrinho, muito

engraçadinho. Todos os cercaram, encantadíssimos. Dizem que os cães

sempre se parecem com os seus donos: este parecia-se com os donos, com

os amigos dos donos e até com os empregados da casa. Não se pode ser

mais amável. Era pretinho, lustroso, com umas malhas cor de mel em certos

lugares do focinho e do corpo. Orelhas sedosas e moles, e um rabinho que o

menino logo descobriu poder funcionar como manivela. E assim o utilizou.

O cachorrinho também parecia contentíssimo, e pulava para cá e para

lá, e às vezes parecia um cavalinho em miniatura. Mas era uma miniatura

Pinscher.

Não era só engraçadíssimo; era inteligentíssimo. Se lhe ensinassem,

creio que chegaria a atender o telefone. Instalou-se no apartamento como se

fosse o seu principal habitante. A vida passou a girar em torno dele. Deramlhe coleira, casaquinho, osso artificial para brincar, puseram-lhe nome,

compraram-lhe biscoitos. Pensando bem, era muito mais feliz que o menino

de cuja felicidade se cogitava. Talvez ele até entendesse o que diziam a seu

respeito, pois a cozinheira reparou que sua inteligência excedia a das

criaturas humanas. Via-o fitar um ponto no vazio, acompanhar uma presença

invisível, para a qual latia, demonstrando ser um animal dotado de poderes

sobrenaturais: um cãozinho vidente. Nessas condições, nem precisava

entender a nossa linguagem: podia captar diretamente os pensamentos...

O cachorrinho engraçadinho recebia as visitas com grande efusão.

Mordia-as de brincadeira nas pernas e nos braços, às vezes puxava um fio

de meia - mas era muito engraçadinho - dava saltos verticais que nem um

bailarino, e, como estava na muda dos dentes, babava as pessoas com muito

entusiasmo e de vez em quando deixava cair por cima delas um de seus

dentinhos, tão brancos e primorosos que pareciam de matéria plástica.

Além de receber as visitas, o cachorrinho engraçadinho sentava-se ao

lado delas, acompanhava com os olhos as suas expressões, despedia-se

delas com muita gentileza.

Acostumou-se de tal modo à família que não quis mais dormir sozinho,

passou a ocupar o melhor lugar das camas, como ocupava o das poltronas.

E quis também comer à mesa, escolhendo uma cadeira e colocando as7

40

E quis também comer à mesa, escolhendo uma cadeira e colocando as

patinhas no lugar que a etiqueta recomenda, e que já bem poucas pessoas

conhecem como se pode observar em qualquer restaurante.

Até certo ponto o cachorrinho engraçadinho foi um divertimento, salvo

quando molhava os tapetes ou as almofadas.

¸ Vocabulário

artificial - postiço, fabricado, não natural

captar - entender, compreender

cogitar - pensar, raciocinar, imaginar

dotado - favorecido, beneficiado, que tem o dom natural

efusão - fervor de amizade, com grande alegria

enfastiar - entendiar, aborrecer

etiqueta - conjunto de cerimônias no trato de muitas pessoas, regra estilo

exceder - superar, ultrapassar

fitar - olhar, fixar a vista, o pensamento, a atenção em alguma coisa

lustroso - reluzente, brilhante, polido

Pinscher - raça de cachorro de baixa estatura e de porte pequeno

primoroso - perfeito, distinto, excelente

salvo - exceto, afora

sedosos - que tem seda, semelhante à seda, peludo, macio

sobrenatural - superior ao natural, excessivo, sobre-humano, que excede as forças

da natureza, que não tem explicação

vidente - que profetiza, que tem a faculdade de visão sobrenatural de cenas futuras

II - Conhecendo o Texto

A T I V I D A D E 1

1 - Explique com suas palavras as frases abaixo, considerando que o sentido da

palavra artificial é o mesmo do texto.

a) Sentia uma alegria artificial.


b) Deram-lhe um osso artificial.


c) Comprei flores artificiais na floricultura.


d) O cachorrinho tinha uma vida artificial.


2 - Reescreva as frases, substituindo as palavras sublinhadas por sinônimos.

Consulte o vocabulário do texto ou o dicionário.

a) "Os brinquedos, afinal, são máquinas e acabam por enfastiar".


b) Pensando bem, era muito mais feliz que o menino de cuja felicidade se

cogitava".

______________________________________________________________


c) "Sua inteligência excedia a das criaturas humanas".


d) "Nem precisava entender a nossa linguagem: podia captar diretamente os

pensamentos".


Nas questões de 3 a 5, assinale com um ( X ) a opção que melhor explique o

significado das palavras nas frases.

3 - "O cachorrinho engraçadinho recebia as visitas com efusão".

a) (__) timidez

b) (__) fervor de amizade

  1. (__) balançando o rabinho

4 - "O cachorrinho foi um divertimento, salvo quando molhava os tapetes ou as

almofadas".

a) (__) afora

b) (__) contrário

  1. (__) permitido


5 - "E quis também comer à mesa, escolhendo uma cadeira e colocando as patinhas

no lugar que a etiqueta recomenda".

a) (__) costume

b) (__) selo de compra

  1. (__) normas, regras


6 - Numere os parênteses de acordo com a ordem dos acontecimentos no texto.

a) (____) Todos ficaram encantadíssimos com o cachorrinho.

b) (____) A família resolveu comprar um cachorrinho para o menino.

c) (____) À medida que o tempo passava, o cachorrinho foi se tornando um

membro da família e até sentava-se à mesa.

d) (____) O único fato que contrastava com sua inteligência e o colocava na

condição de animal era que molhava os tapetes e as almofadas.

e) (____) O animalzinho se adaptou facilmente ao convívio com a família.


7 - Retire do primeiro parágrafo a pergunta com a qual a autora se dirige ao leitor.


8 - De acordo com a descrição que a autora faz do cachorrinho, vamos fazer uma

ficha com suas características.

a) raça:

b) tamanho:

c) cor:

d) pêlo:

e) focinho e corpo:

f) orelhas:

g) rabo:

Você deve ter observado que nesse texto a intenção da autora é descrever o

comportamento do cachorrinho no convívio familiar e apresentá-lo fisicamente.

As características físicas ( aquilo que é externo, que está fora ) são percebidas

pela visão, audição, tato, paladar e olfato. Já as características psicológicas ( aquilo que é

interno ) retratam os aspectos emocionais de uma pessoa.

Vejamos como esse jeito de escrever foi utilizado no texto.



Responda as questões de 1 a 7.

1 - Qual a diferença entre brinquedo mecânico e o cachorrinho, segundo o texto ?


2 - Na descrição, usa-se muito o recurso da comparação para caracterizar melhor o

que estamos descrevendo. No texto, com o que e com quem o animalzinho é

comparado ?


3 - Os animais não apresentam características psicológicas, e sim de

comportamento. Qual o comportamento do cachorrinho a partir do momento que

chegou à nova morada ?


III - Conversando sobre o texto.

4 - A autora descreve muito pouco o ambiente e a família com a qual o

cachorrinho foi morar. Observe com atenção todos os detalhes que o texto

fornece e responda.

Qual é a classe social da família ? Por quê ?


5 - Quando o cachorrinho chegou, puseram-lhe nome.Que nome você daria a ele ?


6 - Você concorda que o cachorro é o melhor amigo do homem ? Justifique.


7 - Como você imagina o menino do texto quanto ao

a) aspecto físico ?


b) aspecto psicológico


8 - Assinale a opção correta. Qual era o comportamento do animalzinho com as

visitas ?

a) (__) raivoso, bravo

b) (__) indiferente, não ligava para nada

c) (__) alegre, contente

9 - Assinale a opção correta. O cachorrinho do texto é descrito

a) (__) pelo menino.

b) (__) pelos pais.

c) (__) pelo descritor do texto.

10 - Explique a frase: "Os brinquedos, afinal, são máquinas e acabam por enfastiar."


11 - Você concorda que um cachorro possa ocupar, dentro de casa, o lugar de uma

pessoa ? Justifique sua resposta.


12 - Que outro título você daria ao texto ?



Bullying: brincadeiras que ferem

Bullying: brincadeiras que ferem

Ameaças, agressões, humilhações... a escola pode se tornar um verdadeiro inferno para crianças que sofrem nas mãos de seus próprios colegas, ainda mais nos dias de hoje, em que a internet pode potencializar os efeitos devastadores do bullying. Você sabe o que é isso? Onde e como ele ocorre?

Você já ouviu falar de bullying? O termo em inglês pode causar estranhamento a muita gente, mas as atitudes agressivas intencionais e repetitivas que ridicularizam, agridem e humilham pessoas – tão comum entre crianças e jovens – é muito familiar a todos. A palavra inglesa 'bully' significa valentão, brigão. Atos como empurrar, bater, colocar apelidos ofensivos, fazer gestos ameaçadores, humilhar, rejeitar e até mesmo ameaçar sexualmente um colega dentro de uma relação desigual de poder, seja por idade, desenvolvimento físico ou relações com o grupo são classificados como bullying. O problema pode ocorrer em qualquer ambiente social – em casa, no clube, no local de trabalho etc –, mas é na escola que se manifesta com mais freqüência. (...)
O Bullying é um problema mundial, encontrado em qualquer escola, não se restringindo a um tipo específico de instituição. Esse 'fenômeno' começou a ser pesquisado há cerca de dez anos na Europa, quando se descobriu que ele estava por trás de muitas tentativas de suicídio entre adolescentes. Geralmente os pais e a escola não davam muita atenção para o fato, que acreditavam não passava de uma ofensa boba demais para ter maiores conseqüências. No entanto, por não encontrar apoio em casa, o jovem recorria a uma medida desesperada. E no Brasil a situação não é diferente.(...)
Quem já não teve um apelido ofensivo na escola? Ou mesmo sofreu na mão de um grupo de colegas que o transformava em 'bode espiatório' de brincadeiras no colégio? Exemplos não faltam. Entre alguns deles está o da gaúcha Daniele Vuoto, que conta toda a sua história em um blog onde também discute sobre o assunto e troca experiências com outras vítimas desse tipo de agressão, psicológica, física e até de assédio sexual. (...)
"O aluno alvo de bullying se culpa muito pelo que acontece, e é preciso esclarecer isso: um aluno que agride outro, na verdade, também precisa de ajuda, pois está diminuindo o outro para se sentir melhor, e certamente não é feliz com isso, por mais de demonstre o contrário. A turma entra na onda por medo, não por concordar. Enxergar a situação dessa forma pode ajudar muito", conta Daniele.
Porém, a realidade de vítimas que 'sofrem em silêncio', como Daniele explica em seu blog, está mudando. Além de atitudes como a da estudante, em que pessoas utilizam a internet para procurar ajuda e trocar experiências, o assunto vêm ganhando corpo e se tornando pauta de veículos de comunicação de massa, a exemplo das matérias veiculadas no Jornal Nacional, da Rede Globo, e em discussões como a realizada no programa Happy Hour, do canal a cabo GNT. (...)

(Disponível em: http://www.educarede.org.br/educa/index.cfm?pg=revista_educarede.especiais&id_especial=361. Acesso:22 agosto 2010)

Trabalhando com o texto

1. Como o autor define bullying?
2. Por que o termo foi utilizado em inglês?
3. Segundo o texto, esse tipo de atitude precisa ser seriamente enfrentado. Qual sua opinião?
4. Você acredita que o bullying existe na escola apenas pelo fato de que as crianças são diferentes entre si? Explique.
5. Que soluções você apontaria para o problema?
6. Em algum momento, na nossa escola, você se sente vítima de bullying? Justifique sua resposta.
7. Você conhece ou já ouviu falar de alguém na nossa escola, vítima de bullying?


MÚSICA - BRASIL

BRASIL

(Cazuza, George Israel e Nilo Romero,LP Vale Tudo, Som Livre, 1988)

Não me convidaram

Pra essa festa pobre

Que os homens armaram

Pra me convencer

A pagar sem ver

Toda essa droga

Que já vem malhada

Antes d’eu nascer

Não me ofereceram

Nem um cigarro

Fiquei na porta

Estacionando os carros

Não me elegeram

chefe de nada

o meu cartão é uma navalha

Brasil

Mostra a tua cara

Quero ver quem paga

Pra gente ficar assim

Brasil

Qual é o teu negócio

O nome do teu sócio

Confia em mim

Não me sortearam

A garota do fantátisco

Não me subornaram

Será que é meu fim?

Ver tv a cores

Na taba de seu índio

Programada pra só dizer sim

Grande pátria desimportante

Em nenhum instante

Eu vou te trair



Estudo do Texto

1. Qual o significado das palavras abaixo de acordo com o texto da poesia?

a) armaram

b) malhada

c) subornaram



  1. Segundo a visão dos autores e considerando o conteúdo geral da letra, quem estaria reclamando de não ter sido convidado para a festa?



  1. A que festa o poeta se refere quando afirma: “Não me convidaram pra essa festa pobre…”?



  1. A que homens o poeta se refere quando afirma: “…os homens armaram…”?



  1. O que pode significar os versos: “…a pagar sem ver / toda essa droga / que já vem malhada / antes d’eu nascer…”?



  1. Apesar do poeta não ter sido convidado para a festa, ele ficou nos arredores do local estacionando os carros. Explique o significado dos versos: “…não me ofereceram / nem um cigarro / fiquei na porta / estacionando os carros…”



  1. Explique o significado dos seguintes versos: “o meu cartão de crédito / é uma navalha”.



  1. Observando a segunda estrofe, o que significa o apelo feito no ultimo verso: “confia em mim”?



9. Nos três últimos versos da 3ª estrofe, há uma crítica à televisão. Que crítica é esta?

ver tv a cores / na taba de seu índio / programada pra só dizer sim”





Gabarito

Questão 1.

a) planejaram, organizaram

b) que tem manchas

  1. induziram ou levaram alguém, mediante recompensas ou promessas, a não cumprir o dever ou a praticar ações ilegais ou injustas. No texto, o poeta constata que não foi subornado e que por causa disso acha que será o seu fim como cidadão.


Questão 2. O povo que vive no Brasil, ou seja, os brasileiros.


Questão 3. Refere-se à festa da democracia, ou melhor à eleição que aconteceu com o povo pedindo “Diretas já!”. O que aconteceu foi a eleição de Tancredo Neves pelo Congresso Nacional, sem a participação do povo como é feito atualmente. Fala em festa pobre porque o poeta considera que não houve participação popular nessa escolha.


Questão 4. O poeta considera que não havendo participação popular na escolha do Presidente da República, essa decisão, definida por um pequeno grupo de pessoas (Congresso Nacional) era uma farsa planejada com o intuito de esconder algo do povo.


Questão 5. Toda festa requer gastos, sejam financeiros, sejam materiais, sejam pessoais (esforço físico, psicológico, mental). Alguém tem que pagar por isso. O poeta reclama que o pagamento por uma festa com defeito (com manchas) foi feito pelo povo e seus descendentes.


Questão 6. A festa foi feita, mas o povo não participou dela. Apenas ficou como espectador, trabalhando para manter o país organizado.


Questão 7. Na década de 80, o Brasil enfrentou uma inflação profunda na economia. O dinheiro brasileiro perdia seu valor diariamente: era como uma navalha que feria o poder de compra do consumidor. Por isso o poeta usa a expressão: “o meu cartão de crédito é uma navalha…”. Cada vez que alguem ia às compras sentia no bolso o corte do valor do dinheiro.


Questão 8. Pede que a nação constituída e organizada confie em seu povo para resolver os problemas.


Questão 9. A influência da televisão na cultura e opinião das pessoas através dos programas que, às vezes, não eram isentos, isto é, mostrava apenas um lado do fato, da notícia.




ALMAS PERFUMADAS

ALMAS PERFUMADAS


Tem gente que tem cheiro de passarinho quando canta,
de sol quando acorda,
de flor quando ri.

Ao lado delas, a gente se sente no balanço de uma rede que dança gostoso numa tarde grande,
sem relógio e sem agenda.
Ao lado delas,
a gente se sente comendo pipoca na praça,
lambuzando o queixo de sorvete,
melando os dedos com algodão doce da cor mais doce que tem pra escolher.
O tempo é outro e a vida fica com a cara que ela tem de verdade,
mas que a gente desaprende de ver.
e
Tem gente que tem cheiro de colo de Deus,
de banho de mar quando a água é quente e o céu é azul.
Ao lado delas,
a gente sabe que os anjos existem e que alguns são invisíveis.
Ao lado delas,
a gente se sente chegando em casa e trocando o salto pelo chinelo,
sonhando a maior tolice do mundo com o gozo de quem não liga pra isso.
Ao lado delas,
pode ser abril, mas parece manhã de Natal do tempo em que a gente acordava e encontrava o presente do Papai Noel.
Tem gente que tem cheiro das estrelas que Deus acendeu no céu e daquelas que conseguimos acender na Terra.
Ao lado delas,
a gente não acha que o amor é possível,
a gente tem certeza.
Ao lado delas,
a gente se sente visitando um lugar feito de alegria,
recebendo um buquê de carinhos,
abraçando um filhote de urso panda,
tocando com os olhos os olhos da paz.
Ao lado delas,
saboreamos a delícia do toque suave que sua presença sopra no nosso coração.
Tem gente que tem cheiro de cafuné sem pressa,
do brinquedo que a gente não largava,
do acalanto que o silêncio canta, de passeio no jardim.
Ao lado delas,
a gente percebe que a sensualidade é um perfume que vem de dentro
e que a atração que realmente nos move não passa só pelo corpo,
corre em outras veia pulsa em outro lugar.
Ao lado delas,
a gente lembra que no instante em que rimos Deus está conosco,
juntinho ao nosso lado e a gente ri grande que nem menino arteiro.
Tem gente, COMO VOCÊ,
que nem percebe como tem a alma perfumada!
E que esse perfume é dom de Deus.


Autor desconhecido

A PROPÓSITO DE SER PROFESSOR

JÔ SOARES, A PROPÓSITO DE SER PROFESSOR…

O material escolar mais barato que existe na praça é o professor!
É jovem, não tem experiência.
É velho, está superado.
Não tem automóvel, é um pobre coitado.
Tem automóvel, chora de “barriga cheia”.
Fala em voz alta, vive gritando.
Fala em tom normal, ninguém escuta.
Não falta ao colégio, é um “Adesivo”.
Precisa faltar, é um “turista”.
Conversa com os outros professores, está “malhando” nos alunos..
Não conversa, é um desligado.
Dá muita matéria, não tem dó do aluno.
Dá pouca matéria, não prepara os alunos.
Brinca com a turma, é metido a engraçado.
Não brinca com a turma, é um chato.
Chama a atenção, é um grosso.
Não chama a atenção, não se sabe impor.
A prova é longa, não dá tempo
A prova é curta, tira as hipóteses do aluno.
Escreve pouco, não explica.
Explica muito, o caderno não tem nada.
Fala corretamente, ninguém entende.
Fala a “língua” do aluno, não tem vocabulário.
Exige, é rude.
Elogia, é debochado.
O aluno é retido, é perseguição.
O aluno é aprovado, deitou “água-benta”.
É! O professor está sempre errado, mas, se conseguiu ler até aqui, agradeça a ele.